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O francês como espaço plural:

perspectivas de atuação 2 3

Edmar Guirra

Katharina Jeanne Kelecom

Luciano Passos Moraes

Luiz Paulo dos Santos Monteiro

(Organizadores)

O francês como espaço plural:

perspectivas de atuação 4

Copyright © Autoras e autores

Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, transmitida ou arquivada desde que levados em conta os direitos das autoras e dos autores. Edmar Guirra; Katharina Jeanne Kelecom; Luciano Passos Moraes; Luiz Paulo dos Santos Monteiro [Orgs.] O francês como espaço plural: perspectivas de atuação. São Carlos: Pedro & João Editores, 2021. 282p. 16 x 23 cm.

ISBN: 978-65-5869-782-4 [Digital]

1. Lingua Francesa. 2. Ensino básico. 3. Literatura francesa. 4. NEFB. I. Título.

CDD Ȯ 410

Capa: Petricor Design

Ficha Catalográfica: Hélio Márcio Pajeú Ȯ CRB - 8-8828 Diagramação: Ricardo Giardina Leite e Joseildo Henrique Conceição Editores: Pedro Amaro de Moura Brito & João Rodrigo de Moura Brito Conselho Científico da Pedro & João Editores: Augusto Ponzio (Bari/Itália); João Wanderley Geraldi (Unicamp/ Brasil); Hélio Márcio Pajeú (UFPE/Brasil); Maria Isabel de Moura (UFSCar/Brasil); Maria da Piedade Resende da Costa (UFSCar/Brasil); Valdemir Miotello (UFSCar/Brasil); Ana Cláudia Bortolozzi (UNESP/Bauru/Brasil); Mariangela Lima de Almeida (UFES/ Brasil); José Kuiava (UNIOESTE/Brasil); Marisol Barenco de Mello (UFF/Brasil); Camila Caracelli Scherma (UFFS/Brasil); Luis Fernando Soares Zuin (USP/Brasil).

Pedro & João Editores

www.pedroejoaoeditores.com.br

13568-878 Ȯ São Carlos Ȯ SP

2021
5

Sumário

Apresentação 9

1. Pontuando trocas e influências nos estudos de

Francês

15

Claudia Almeida

2. Da Língua Estrangeira Moderna à Língua Inglesa:

reflexões sobre as mudanças no ensino de línguas no país 39

Camilla dos Santos Ferreira

3. Literatura da migrância: novas formas de escrita 67

Eurídice Figueiredo

4. Maria Chapdelaine de Louis Hémon e Le Survenant

de Germaine Guèvremont: duas visões do romance da terra quebequense 83

Renato Venâncio Henriques de Sousa

5. A internacionalização da obra de Jules Verne;

agentes, movimentos e ações 105

Edmar Guirra

6. Considerações didático-discursivas sobre os

marcadores de oposição e concessão no Francês 119

Jorge de Azevedo Moreira

6

7. Francês, imaginário e ensino: conteúdos em uma

perspectiva histórico-discursiva 145

Felipe Barbosa Dezerto

pesquisa em literaturas em francês na Educação

Básica

167

Luciano Passos Moraes

9. Resistência créole: ativismo pela preservação da

identidade e seu processo psicossocial 187

Renan dos Santos Dourado

Isabel Oliveira Veloso Souza

10. A F/francofonia: breve análise 189

Nicole Christine Costa Ferreira

11. Apresentação do Projeto de Iniciação Científica Jr.

201

Patrícia Alves Carvalho Corrêa

de Maupassant 205

Johnny Lima Brandão

13. Une ville très particulière: o fantástico na visão de

211

Guilherme Farias Alves

7

14. E aí, Chloé?: a adaptação de um livro em curta

metragem sob a ótica dos alunos do Campus Engenho

Novo II

217

Verônica Passos Alves

15. Dans le lycée, je vois: um projeto sobre uso de

celular e o espaço escolar 243

Katharina Jeanne Kelecom

16. A loucura e (é) a solução (?) 267

Luiz Paulo dos Santos Monteiro

8 9

Apresentação

Constituído em 2015, a partir do interesse de professores- pesquisadores em refletir sobre o espaço e a dinâmica do ensino de francês, das culturas e literaturas francófonas no ensino básico, o Núcleo de Estudos Franco-Brasileiros (NEFB) do Colégio Pedro II procura discutir as diferentes práticas pedagógicas que se realizam no contexto escolar. Por meio de estudos, pesquisas, publicações e eventos acadêmicos, o núcleo busca apresentar possíveis direções para fazer avançar o ensino e a produção de conhecimento em torno do francês, além de promover o aprofundamento de questões relativas à francofonia e às literaturas de língua francesa no Brasil. Com tais pressupostos em mente, são organizados periodicamente pelo NEFB encontros entre docentes- pesquisadores e licenciandos de diversas instituições, no intuito de estabelecer um espaço de trocas e debates acerca da realidade do campo de atuação acadêmica dos participantes. Dessa forma, os textos que integram a presente obra são um desdobramento de alguns dos trabalhos compartilhados em um Sendo a pluralidade de experiências e realidades um dos fios condutores dos debates realizados na ocasião, iniciamos a obra dando voz aos pesquisadores convidados pelo NEFB para o encontro para, em seguida, apresentarmos os demais capítulos a partir de afinidades temáticas, mais do que filiações a este ou aquele campo do conhecimento, de modo a minimizar possíveis rupturas no fluxo de ideias e reflexões desenvolvidas ao longo dos capítulos. A ausência de uma subdivisão por seções justifica- se pelo cuidado em evitar o isolamento das diferentes abordagens presentes nos textos, tal como visto tradicionalmente em publicações que separam estudos de linguagem e estudos de 10 literatura, por exemplo, o que poderia negligenciar o fato de se tratar de campos interligados e complementares. As próprias perspectivas de atuação mencionadas no título do evento mostraram-se, a partir dos debates realizados, plurais e em permanente diálogo. Uma das necessidades apontadas por muitos dos trabalhos apresentados e pelos decorrentes debates realizados foi, justamente, a fragilização dos limites entre as áreas do conhecimento que, na realidade, são muito mais fluidos do que se costuma pensar. Diante de tal realidade, construída e repensada por profissionais de diferentes instituições à luz de novas perspectivas de ensino e calcada no intercâmbio de ideias, seria natural que esta publicação trouxesse mais uma oportunidade de diálogo ao leitor, estabelecendo, portanto, novos pontos de contato, cada vez mais necessários na contemporaneidade, e valorizando mais aquilo que nos une do que o que nos separa. Não por acaso, o texto de abertura, escrito pela professora Claudia Almeida, apresenta-nos justamente a influência e as trocas que integram os estudos de Francês em nosso país, admitindo as contínuas parcerias culturais e artísticas entre o Brasil e a França, iniciadas no século XVI e sendo, até hoje, parte integrante na construção de nossa identidade enquanto brasileiros. A autora ressalta o quanto o campo de estudos franco- brasileiros, por ser vasto e interdisciplinar, revela-se potencialmente aberto a diversos projetos de pesquisa. O segundo texto, decorrente da mesa de abertura do evento, de autoria da professora Camilla dos Santos Ferreira, lança luz sobre questões relacionadas às mudanças no ensino de línguas no Brasil ocorridas ao longo das duas últimas décadas, compreendendo a complexidade que tangencia o papel do ensino de Francês diante de um cenário que prioriza a oferta do ensino de Inglês em detrimento do tão necessário plurilinguismo. A autora considera, assim, os aspectos políticos que interferem nas escolhas do governo federal sobre as línguas a serem ensinadas nas escolas brasileiras. 11 O artigo da professora Eurídice Figueiredo, por sua vez, explora o tema da migração em literatura, examina a relação de personagens com seu deslocamento no espaço e as noções de desterritorialização e reterritorialização. A autora traz ao debate a tensão estabelecida entre as noções de centro e de periferia e atualiza as discussões sobre a presença da transnacionalidade na literatura. Aprofundando o debate entre literatura e sociedade, entre regional e global, o professor Renato Venâncio propõe em seu texto uma reflexão sobre o roman du terroir ou roman de la terre a partir de sua leitura dos romances canadenses em língua francesa Marie Chapdelaine, de Louis Hémon, e Le Survenant, de Germaine Guèvremont, ainda pouco pesquisados em nosso país. Assumindo o caráter desafiador de seu estudo, o autor nos convida a refletir a respeito das ideias presentes nesses romances sem perder de vista sua relação com o gênero do qual se aproximam. Corroborando com a noção de globalização da cultura no século XIX, o artigo do professor Edmar Guirra apresenta, na esteira da perspectiva transatlântica da circulação de impressos, dados do processo coletivo empreendido para a internacionalização do nome e da obra de Jules Verne no Brasil. As notícias extraídas da imprensa brasileira apresentadas pelo articulista funcionariam como motor desse processo de internacionalização e operariam na dinamização de um terreno propício para o desenvolvimento de jovens leitores literários, no Brasil. Interessado em refletir sobre aspectos linguísticos e as relações lógicas presentes na argumentação, o professor Jorge Azevedo, que transita em suas pesquisas entre estudos linguísticos e literários, convida-nos, em seu texto, a refletir sobre o papel didático- discursivo dos marcadores de oposição e de concessão em aulas de Francês. Ao colocar em contato obras referenciais tradicionalmente estabelecidas, o autor põe em questão a abordagem desses marcadores e redireciona o foco principal ao contexto de uso. Nessa empreitada, uma das importantes contribuições do trabalho é a proposta inovadora para o estudo da oposição e da concessão baseada na reflexão discursiva. 12 Situado no lugar teórico da Análise do Discurso de base pecheutiana, o professor Felipe Dezerto analisa em seu artigo a forma como certos conteúdos funcionam atrelados a determinadas temáticas e a determinadas práticas de ensino, ressaltando que o funcionamento ideológico produz evidências ȄǯȱO autor percorre diversos livros didáticos e gramáticas de francês Ȯ desde Port-Royal até manuais publicados no século XX Ȯ fazendo um breve levantamento a respeito dos articles partitifs e das temáticas associadas a tal conteúdo. No intuito de refletir sobre as relações entre ensino de língua e de literatura, o artigo de autoria de Luciano Passos Moraes parte de uma revisão do papel da literatura no ensino de francês e de certos problemas políticos relacionados à composição curricular para analisar e reforçar a importância da pesquisa científica em Letras na escola básica. Partindo da

2017, o debate promovido pelo autor reivindica a valorização da

literatura como bem cultural capaz de propiciar acesso à diversidade cultural e linguística e, por consequência, promover a ampliação da formação cidadã dos estudantes. Os dois textos seguintes, de autoria de estudantes-bolsistas do Ensino Médio que participaram do referido projeto, demonstram análises sobre alguns dos temas abordados ao longo da iniciação científica. Renan Dourado e Isabel Veloso apresentam um resumo de um dos estudos por eles desenvolvidos, no qualquotesdbs_dbs50.pdfusesText_50

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